15 Princípios para Colaboração Eficaz no Reino de Deus
Muitas vezes, ministérios cristãos experimentam dificuldades quando tentam trabalhar em conjunto, seja em igrejas/comunidades locais ou internacionais. Quase vinte anos de experi-ência no campo revelaram para mim certos princípios que são relevantes para praticamente todas as parcerias realmente efetivas e duradouras. Se você construir sua parceria ministerial com estes princípios, a probabilidade de sucesso será alta. Ignore-os e o fracasso logo virá.[1]
- Redes/parcerias efetivas são construídas sobre as bases de confiança, abertura e interesse mútuo. Cooperação efetiva é mais que coordenação, planejamento, estratégias e táticas. O cerne do Evangelho são relacionamentos restaurados. Passar tempo com a intenção de conhecer, entender e apreciar uns aos outros não é opcional.
- Redes/parcerias duradouras precisam de um facilitador comprometido – alguém que, por consenso, assume o papel de trazer a rede/parceria à vida e manter os fogos acesos. Este “investidor honesto”, para ser neutro, precisa tirar o “chapéu” de sua própria organização, manter-se comprometido à tarefa e ser uma pessoa de visão que persistirá apesar dos desânimos. Profeta, servo e especialista na área de trabalho –este indivíduo precisa ser treinado e nutrido. Por ser uma pessoa servindo a todos numa rede ou parceria, ela facilmente se sentirá sob uma obrigação solitária.
- Redes/parcerias bem-sucedidas se desenvolvem com o objetivo de atingir uma certa visão ou completar uma tarefa. Cooperação por si mesma é uma receita certa para o fra-casso. “Comunhão” calorosa não basta. Isto significa que cooperação duradoura tem seu primeiro foco em quê (objetivos) em vez de como (estrutura). A forma sempre segue a fun-ção – não o contrário. Consenso normalmente é melhor que constituição! Mantenha seu foco no propósito. Estrutura deve ser somente o mínimo necessário para completar o trabalho.
- No início, redes/parcerias efetivas têm objetivos limitados e alcançáveis; expandindo à medida que o grupo experimentar sucesso. Apesar de limitados, estes objetivos têm que ter:
- Clara importância para o reino que captura a imaginação e gera motivação para o grupo todo, e
- Relevância para a visão e o objetivo de cada igreja ou ministério parceiro. Maiores “recompensas” espirituais começam a ocorrer na medida em que a cooperação se torne mais madura e ganhe confiança em sua própria capacidade de realizar mudanças espirituais através de seus esforços.
- Redes/parcerias efetivas começam identificando as necessidades básicas das pessoas que estão sendo servidas. Não começam com a tentativa de redigir um estatuto teológico em comum. A partir das necessidades, prioridades do Reino, barreiras a progresso espiritual significativo, os recursos disponíveis ou precisos e prioridades de ação realistas, precisam ser distinguidos e concordados.
- Redes/parcerias têm um “campeão” dentro de cada igreja, ministério ou organização à qual abrange — uma pessoa que enxerga como seu grupo pode se beneficiar de tal cooperação prática; alguém que venderá a visão aos colegas e manterá o grupo focado na realização desses benefícios.
- Redes/ parcerias efetivas são um processo, não um evento. Os estágios de início, exploração e formação tendem a levar mais tempo que esperado. Se convocarem uma reunião de formação ou até exploração muito cedo, provavelmente matarão a possibi-lidade de cooperação sadia. Afinal, confiança pessoal é essencial. Se o facilitador tomar tempo para estabelecer uma relação de confiança mútua em reuniões individuais com cada pessoa, o esforço mais tarde produzirá ricos frutos no grupo maior.
- Manter redes/parcerias efetivas é mais desafiador do que iniciá-las. Para assegurar-se que mantém a visão viva, o foco claro, comunicações boas e resultados preenchidos, o facilitador ou equipe facilitadora terá que investir concentração e compromisso a longo prazo.
- Redes/parcerias efetivas são compostas de parceiros com identidades e visão claras. As igrejas e outros ministérios envolvidos precisam ter suas próprias declarações de missão e viver de acordo com elas. Caso contrário, nunca entenderão como “se encaixam”, ou contribuem à idéia geral, ou se beneficiam do esforço conjunto.
- Redes/parcerias efetivas reconhecem, até celebram, as diferenças nas histórias, nas visões e nos serviços de ministérios parceiros. Porém, o grupo precisa se concentrar ainda mais nos pontos que tem em comum, como visão, valores e objetivos ministeriais, em vez de focar as diferenças.
- Redes/parcerias efetivas servem pelo menos quatro grupos-alvo: as pessoas que estão tentando alcançar/servir; igrejas/ministérios que fazem parte da parceria com suas próprias lideranças e visões; os grupos de oração e apoio financeiro ligados a cada ministério; e, eventualmente, a rede ou parceria em si com suas expectativas crescentes. Existem bem mais jogadores ao redor da mesa do que costumamos reconhecer. Precisamos lembrar de sua necessidade de informação, participação e um senso de realização dos seus objetivos.
- Redes/parcerias efetivas têm um alto senso de participação e posse. O facilitador precisa dar atenção especial à participação mais ampla possível na definição de objetivos, no planejamento e no processo das reuniões, e em comunicações contínuas. Encoraje a posse mais abrangente possível e o compromisso à visão comum para que as pessoas participem do processo e não somente do sonho.
- Redes/parcerias efetivas enxergam a oração e a comunicação como elementos unica-mente poderosos para atar parceiros em Cristo. Cooperação efetiva é refrescada e fortalecida com orações freqüentes em grupos pequenos onde indivíduos podem expres-sar interesse pelas necessidades pessoais dos outros; e por tomarem a ceia com o grupo.
- Redes/parcerias efetivas não surgem de graça. Simplesmente participar na exploração, no planejamento, no nascimento e na coordenação requer tempo e dinheiro. Compromisso mais profundo pode requerer investimentos ainda maiores. Mas, o “retorno por investimento no Reino” que vem de cooperar deve superar a contribuição dada por uma igreja ou um ministério.
- Redes/parcerias efetivas antecipam problemas e trabalham de forma proativa para solucioná-los. Assegure que um processo para lidar com mudanças, exceções, desapontamentos, compromissos não cumpridos e fatores inesperados, constitui uma dinâmica íntegra do grupo. Pequenos problemas precisam ser tratados imediatamente. O homem sábio sabe disto: a única coisa previsível é o inesperado.
[1] Este documento foi traduzido do “Power of Connecting”, dezembro, 2004.