Resumo Executivo da Pesquisa Parcial de Líderes Denominacionais sobre o Pastoreio de Pastores[1]
O MAPI, com a ajuda e assessoria da Eunice Zillner do departamento de pesquisas da Sepal, admininistrou uma pesquisa de líderes denominacionais e pastores na área de mentoria ou pastoreio de pastores. Os resultados preliminários e parciais sobre uma mostra de 55 desses líderes seguem abaixo. Um relatório mais completo será feito quando a mostra chegar em pelo menos 100 pessoas, provavelmente na época da consulta nacional de pastoreio de pastores em 23-26 de agosto, 2007.
A grande maioria dos 55 que responderam são homens entre a idade de 21 e 60. Todos são ministros ordenados, a grande maioria (76%) tendo mais de 11 anos de ministério ordenado. Nove Estados são representados, mas a metade (50%) são do Nordeste, principalmente Ceará (35%), enquanto que Santa Catarina (22%) e São Paulo (20%) são bem representados também. Uma maioria (60%) vive em cidades de um milhão ou mais.
A mostra inclui 34 denominações divididas entre históricas (38%), renovadas (26%) e pentecostais (36%). Um terço (32%) é de denominações pequenas de 10,000 para baixo, com um número maior de denominações de 10,000 até um milhão (42%), e um quarto dos respondentes (26%) de denominações acima de um milhão.
A mostra está razoavelmente bem dividida em dois grandes grupos: líderes denominacionais, para-eclesiásticos e capacitadores de pastores (42%), e pastores, missionários e um professor de seminário teológico (58%). Um quarto (24%) não supervisiona ou cuida de pastores, enquanto que um número parecido (29%) cuida de até dez pastores. Um terço (33%) cuidam de 11 a 100 pastores e um grupo menor (14%) cuida de 100 pastores ou mais.
Quase todos (85%) sentem a necessidade de um mentor ou pastor em suas vidas e ministérios hoje. Dois terços (64%) tem um mentor hoje e a grande maioria desse grupo está contente (49%) ou muito contente (40%) com seu mentor. Este número indica que o conceito de um mentor ou pastor de pastores tem ganhado certa aceitação entre muitos líderes. Muitos estão valorizando isso para suas próprias vidas.
Dois terços (67%) dos respondentes indicaram que 10% ou menos de seus pastores são pastoreados. Uma minoria (13%) indicou que 50% ou mais de seus pastores são pastoreados. Essas denominações podem servir como verdadeiros modelos para os outros, mostrando o caminho e compartilhando ferramentas. Como sempre se encontra nas pesquisas informais, as esposas de pastores recebem ainda menos cuidado pastoral, 78% dos respondentes indicando que 10% ou menos delas recebem cuidado pastoral.
Os respondentes indicaram as três maiores dificuldades ou impedimentos para pastores experimentarem um pastoreio ou mentoria em suas vidas, em ordem de prioridade (1, 2 e 3). Quase dois terços dos respondentes indicaram dois fatores claramente sobressalentes na lista de sete áreas. A falta de tempo ligado à tirania do urgente e o ativismo (64%) é o primeiro obstáculo. Quase empatado como problema sério é a dificuldade de confiar em outros (62%). Muitos pastores e líderes denominacionais já foram queimados nessa área.
Mais três problemas foram destacados por um bom número deles:
- Falta de motivação ou visão (46%)
- Não entender como a mentoria funciona (40%)
- Dificuldade de encontrar um mentor (38%).
Na pesquisa quase todos os respondentes indicaram quatro ou cinco nomes de pessoas que têm grande influência sobre a vida e ministéro dos pastores de sua cidade ou estado. Em cada cidade ou estado, esses nomes devem ser considerados com carinho especial quanto a um convite para uma consulta estadual. Esta pergunta, na prática, pode ser a mais importante de todas se for usada para dar seguimento.
Perguntamos em quais áreas os respondentes sentiram que os pastores de suas denominações mais precisavam crescer. Escolhendo de uma lista de nove itens, os respondentes indicaram três que achavam que os pastores do seu círculo mais precisavam e mais três como áreas secundárias. As áreas mais escolhidas foram:
- A relação consigo mesmo (saúde emocional, caráter cristão) – 73%
- A relação com o cônjuge e filhos – 53%
- A relação com Deus – 51%
Através dos anos, pesquisas de necessidades de pastores acabam destacando a mesma área: sua relação com Deus. Esta pesquisa surpreende com dois destaques acima disso. O primeiro é um chamado claro quanto a valorizar a formação de vida, seja no caráter ou no lado emocional. Pastores carecem de discipulado ou mentoria quanto a formar seu caráter, como também de aconselhamento ou ministério de restaurão quanto ao lado emocional. O segundo destaque sobre a família aparentemente está comécando a ser reconhecido como uma carência tão grande quanto à relação com Deus.
De forma geral as seis necessidades relacionais foram bem mais ressaltados como carências do que as três habilidades ministeriais. A necessidade de crescimento quanto a conhecimento bíblico ou secular é realmente bem menos importante ainda. Aparentemente a maioria tem uma base boa quanto ao conhecimento e razoavel quanto a habilidades ministeriais. Onde realmente querem crescer é em suas habilidades relacionais.
Nos refizemos a mesma pergunta, pedindo que os respondentes indicassem sua necessidade particular perante as dez opções. Uma maioria (51%) indicou sua relação com Deus como a primeira área de necessidade. O segundo e terceiro itens mais destacados foram bem menos ressaltados: a relação consigo mesmo (11%) e com um mentor (9%). Claramente a maioria dos líderes chaves pesquisados aproveitariam bem uma mentoria na área de sua relação com Deus.
Ampliamos a pesquisa pedindo que cada um indicasse as três áreas nas quais gostaria de crescer. Á luz disso, as três maiores prioridades para crescimento são:
1) A relação com Deus (62%)
2) A relação consigo mesmo (52%)
3) O casamento e família (37%).
A necessidade de crescer na relação com Deus fica em primeiro lugar, mas uma maioria também ressaltou a necessidade de crescimento na relação consigo mesmo.
Após as três áreas que acabamos de mencionar, quase um terço dos que responderam destacaram os três seguintes itens como quarta a sexta prioridades:
4) A habilidade de discipular, mentorear ou formar vidas (32%)
5) A relação com um mentor (31%)
6) A relação com sua equipe pastoral (os 3-6 líderes principais da igreja) (29%).
De novo, outras habilidades ministeriais (6%) e conhecimento (4%) foram bem insignificativos em comparação com as áreas comentadas acima.
Pedimos também que os pastores indicassem as estratégias mais importantes para implementar o pastoreio de pastores em suas denominações. Dado a opção de indicar quantas quiseram entre doze estratégias, cada uma foi escolhida por pelo menos 55% dos respondentes. Isto indica que cada estratégia alistada é bastante válida e interessante.
Pelo menos um quarto dos respondentes destacou cinco itens como uma das primeiras três estratégias escolhidas. Os primeiros itens em negrito abaixo também foram ressaltados quando a escolha era sem limite. Os últimos dois itens alistados abaixo ressaltam áreas novas. Elas são importantes, ainda que bem menos importantes do que os primeiros itens na lista.
1) Ter um pastor apaixonado para o pastoreio ou mentoria de pastores e designado para isso (58%).
2) Você (a pessoa que respondeu à pesquisa) ser mentoreado ou ter um líder pastoral (53%).
3) Todos os pastores em seu círculo serem encorajados a serem pastoreados ou mentoreados (35%).
4) Esse pastor (aquele que lidera o pastoreio de pastores na denominação) ser mentoreado ou ter um líder pastoral (29%)
5) Esse pastor levantar uma equipe para estender esse pastoreio ou mentoria (27%).
No final da pesquisa, quando foram perguntados sobre a importância de um movimento ou rede de pastoreio de pastores em seu contexto, ninguém deu nota baixa. Umas poucas pessoas (5.5%) indicaram uma importância não muito alta dando notas de 6 ou 7. Mais de um quarto (27%) indicaram uma alta importância (notas 8 ou 9) e a grande maioria (67%) indicaram a importância máxima: nota dez. Aparentemente existe uma necessidade sentida para este ministério na maioria das 34 denominações que participaram da pesquisa.
Para encerrar, perguntamos “quanto tempo semanalmente, você estaria disposto a dar para que isso se torne uma realidade em seu contexto?” Fica claro que a grande maioria (89%) não tem um chamado para se dedicarem ao pastoreio de pastores. Mas houve um grupo diferente (11%). Duas pessoas responderam que dariam 11-20 horas e cuatro pessoas indicaram 30 horas ou mais. Essas últimas pessoas são bem estratégicas no movimento de pastoreio de pastores. Precisamos encontrar mais pessoas como elas, com chamado e paixão. Sonhamos em Deus levantar pelo menos uma pessoa que possa ser tempo integral nisso em cada denominação acima de 100 pastores no Brasil.
[1] Se quiser receber uma cópia da pesquisa, da tabulação das respostas ou do relatório mais detalhado de sete páginas com tabelas e mais informações, peça isso do David Kornfield <davidkornfield@uol.com.br>.